quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Por que um Parto Domiciliar Planejado?

O Parto Domiciliar ainda existe e ele está acontecendo cada vez mais Brasil e no mundo. Muitas mulheres procuram por esse tipo de parto devido a atual assistência obstétrica brasileira, mecanizada, cercada de violência, mentiras e desrespeito para com a mulher, o bebê e a família como um todo e/ou porque se sentem mais seguras em casa.Primeiramente, saiba que o Parto Domiciliar é um direito de escolha da mulher, recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e que não existe proibição na lei para tal, ou seja, se a gestante tiver uma gestação de baixo risco, contratar profissionais capacitados para fazer o atendimento e se sentir segura, ela poderá ter um parto em casa.
Por que ter um parto domiciliar?

Aqui vamos falar sobre a parte hormonal e comportamental. Toda a dinâmica do parto pode ser comparado a relação sexual, pois envolvem os mesmos hormônios e, em geral, as mesmas características e comportamentos.
Em que ambiente você se sente mais segura, confortável e consegue aproveitar mais o momento do sexo? Você gostaria de pessoas desconhecidas no local ou pessoas te olhando na hora H? Sente mais prazer e fica mais relaxada em ambiente claro ou escuro, com um cheiro familiar ou outro? Se estiver com fome, sede ou com uma roupa desconfortável, claro ou escuro, é a mesma coisa? Relacione essas perguntas com o que você idealiza em um parto e tenha a resposta.
No trabalho de parto e parto, são liberados os mesmo hormônios e substâncias que na hora da relação sexual. Veja:
  • Prostaglandina - ajuda a preparar o colo do útero e é encontrada no sêmem;
  • Ocitocina o "hormônio do amor" - responsável pelas contrações uterinas durante todo o trabalho de parto e parto e na relação sexual está intimamente ligada à sensação de prazer, bem estar físico e emocional;
  • Endorfina - anestésico natural, ajuda o corpo a 'aguentar' a maratona do parto sendo liberada as poucos, também é responsável pelo efeito de euforia e prazer no sexo;
  • Adrenalina - é liberada em situações de estresse e risco percebido, uma inimiga do parto (deve ser liberada durante o expulsivo somente) e do sexo, pois em quantidade corta o efeito da ocitocina.
É importante saber que, como a Adrenalina corta o efeito da Ocitocina, e a Ocitocina é o hormônio responsável pelo bom desenvolver do trabalho de parto, quanto mais agradável, seguro e familiar o ambiente, mais saudável e prazeroso ocorrerá o parto, pois a mulher liberará naturalmente a quantidade de Ocitocina necessária. Se o ambiente é hostil, impessoal e mecanizado (como, em geral, são os hospitais), a mulher poderá se sentir acuada e com medo, liberando adrenalina e consequentemente reduzindo os níveis de ocitocina, resultando em uma parada na progressão da dilatação e no bom andamento do parto, tornando o trabalho de parto mais longo, com mais intervenções e, muitas vezes, traumático para a mulher, para o bebê e para a família.

É sabido que quanto menos intervenções e mais natural o parto, menos riscos mãe e  bebê correm. Numa análise feita pela Dra Melania Amorim, através de vários estudos sobre parto domiciliar, destaco: "Os partos domiciliares planejados se associam com menor risco de intervenções maternas, incluindo analgesia peridural, monitoração eletrônica fetal, episiotomia, parto operatório, além de menor frequência de lacerações, hemorragia e infecções. Dentre os desfechos neonatais dos partos domiciliares planejados, verificou-se menor taxa de prematuridade, baixo peso ao nascer e necessidade de ventilação assistida." Acrescento também: a redução da taxa de violência obstétrica para com a gestante e redução de procedimentos desnecessários com o recém-nascido, o aumento do sucesso na amamentação e vínculo materno e aumento de satisfação do parto. 


Depois de tudo isso, você ainda tem dúvidas e se pergunta: mas por que as mulheres optam por esse tipo de parto?

Segue o relato de uma gestante, que está grávida do seu segundo filho e planeja um Parto Domiciliar. Ela teve sua primeira filha de parto normal em uma maternidade do SUS. Confira:
"A maioria das pessoas que estão em conexão comigo sabem que escolhi o parto domiciliar para ter meu segundo filho, além das diversas evidencias científicas que demonstram a seguridade desse evento e de ser uma escolha consciente que iremos falar a seguir, quero falar um pouco sobre o que me levou a essa escolha, do meu ponto de vista pessoal e sobre tudo sentimental:
A primeira coisa que eu prezei foi o aconchego e conforto de estar na nossa própria casa e com as pessoas que conhecemos, amamos e confiamos. Esse pensamento iniciou-se logo após o meu primeiro parto normal e hospitalar da Laura, foram muitas pessoas desconhecidas ao meu redor, nas quais eu não confiava, diversos nãos que eu tive que dar (não para ocitocina, não para estourarem a bolsa, não para episiotomia) e os diversos exames de toques que levei de várias pessoas que nunca nem descobri qual eram os seus nomes, fora o ambiente branco nada acolhedor (fiquei livre, tomei banho de chuveiro, mas definitivamente aquilo não era nada acolhedor). Eu gosto de comparar o parto (o evento fisiológico), como ir no banheiro fazer cocô, você só consegue fazer aquele cocô de forma íntima, prazerosa e com segurança no banheiro da sua casa, sozinha ou com pessoas conhecidas na casa, o parto é a mesma coisa. O meu parto, na ocasião demorou 12 horas, sendo 3 já com dilatação total e eu só pari quando eu e o vini estávamos - finalmente -  sozinhos no quarto.
A segunda coisa tem relação com a primeira, evitar a tal violência obstétrica ( que vai desde cesáreas desnecessárias a exames de toques excessivos), na MINHA casa, no meu ambiente, quem entra lá é só quem eu confio, quem manda lá, sou eu. Na gravidez passada eu era bem mais brigona e mandona, agora estou um pouco acovardada e é provável que em um hospital eu não brigasse tanto para ter meus direitos respeitados, em casa, o meu plano de parto esta feito e só fazem no meu corpo e no meu ambiente o que eu deixar previamente combinado. As chances de uma violência quase caí a níveis zero.
E a terceira, e na minha constatação a mais importante é a Laura, minha filha estar ao nosso lado quando o irmão(ã) nascer. Afinal considero o evento mais importante em uma família e que requer toda a família reunida, ela foi a segunda pessoa a saber da gravidez, é a pessoa que mais apoia e se empolga com o irmão(a) e não deixaria ela de escanteio nesse momento mágico. Ela estar ao lado, saber que o irmão não veio do mercado, continuar com a mãe 100% do tempo (e não 2, 3 dias separados por um hospital) para mim foi o que selou a decisão de O parto vai ser domiciliar."
 Aline Shirazi Conte
 

Sendo assim, mulheres bem informadas, acompanhadas por profissionais competentes e experientes (geralmente Parteiras/Obstetrizes/Enf. Obstetra), optam em ter seus bebês no conforto do seu lar, com a companhia da sua família,  até mesmo dos filhos mais velhos, e pessoas de sua confiança. Com o cheiro do seu lençol, comer a sua comida e dormir na sua cama.
Lembrando que num bom Parto Domiciliar Planejado, sempre haverá um plano B (hospital/maternidade) em caso de necessidade de transferência, pois na dinâmica do parto poderá  ter situações que precise de assistência médico/hospitalar e/ou a gestante solicite ser transferida para alguma intervenção que não pode ser realizado em casa.

Leia mais sobre os estudos realizados e a análise da Dra. Melania Amorim em http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/estudando-parto-domiciliar.html


Fotos (autorizadas) - Fotógrafa: Bia Fotografia / Gestante: Jéssica Quiroga
Beijocas,

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Relato de VBAC Hospitalar - Nascimento da Carol 09/09/15, por Vanessa Cravo


Me chamo Vanessa, tenho 32 anos, casada com Leandro há 4 anos e meio, juntos há pouco mais de 8 anos. Temos nosso Leonardo, de 2 anos e 9 meses, que nasceu com 38 semanas e 3 dias, de cesarea, onde infelizmente fui enganada quanto aos motivos pelos quais ela deveria ser feita, e apreensiva e desinformada acabei cedendo. Não demorou muito para eu perceber o que tinha acontecido e já coloquei na cabeça que da próxima vez seria tudo diferente. Eu não desejava apenas um parto normal. Eu desejava um parto natural. Humanizado. Sem intervenções. Sem enganação alguma. Eu fui atrás, entrei em grupos, conheci ativistas, conheci pessoas querendo ajudar, me informei, me emponderei, li muito, muito mesmo.
Então engravidei, e era chegada a hora! Fui procurar uma doula, e a primeira que me indicaram foi a Aline. Conversamos e gostei muito dela, porém soube que no hospital pra onde eu iria (Antoninho) não permitiria a entrada dela, a não ser que fosse como acompanhante. Fiquei chateada e acabei deixando pra lá. Continuei lendo, lendo, estava decidida que ninguém tiraria esse parto de mim. Então entrei no Grupo Roda Bebedubem, e fui à uma das rodas, onde a Erica me falou que eu poderia ir para o Hospital São Francisco em Jacareí. Eu não sabia até então que essa poderia ser uma opção. Liguei no hospital e me informei. Fui muito bem auxiliada pela Priscila do serviço social. Um amor ela. Eu e meu marido fomos até lá, conhecemos o hospital, o Centro de Parto... e gostamos muito. Fica na cidade de Jacareí, vizinha à nossa (São José dos Campos).
Lá eu poderia ter a compania do meu marido (o acompanhante por lei), da doula, e inicialmente da obstetriz. Ah... eu decidi contratar além da doula uma obstetriz. Para que eu pudesse ficar o máximo de tempo que desse em casa, e lá ela iria monitorar a bebê e me examinar. No final da gravidez soube que o hospital não permitiria mais a entrada de obstetrizes, mesmo cadastradas, mas de qualquer modo, eu precisava dela para o trabalho de parto em casa, apesar de ficar chateada de não deixarem mais ela entrar.
No dia 7/9 eu e Aline tivemos nosso último encontro antes do parto, onde ganhei uma massagem maravilhosa... eu estava de 39 semanas e 4 dias,e há cerca de 2 semanas estava em pródromos já, tive inclusive um alarme falso rs, que durou cerca de 2hs. No dia 8/9 fui ao Antoninho a noite fazer um cardiotoco, pois a ginecologista que me atendia disse que eu estava "liberada" e deveria ir à maternidade ser monitorada dia sim dia não naquela semana. Fiz o exame e estava tudo ok. Pedi para a médica do plantão, Dra Celeste, para fazer meu primeiro toque da gestação, eu estava muito ansiosa pra saber se tinha alguma dilatação, já que na do Leo com 38 semanas eu tinha 4cm e não sentia nada. Fiz e estava com 2 dedos. Animei!
Fomos tomar um caldinho no Vaca Preta pois estava sem energia no nosso bairro todo...fomos pra casa (sem energia desde as 17:00) e deitamos. As 2 da madrugada eu acordei o Leandro e falei "Posso jurar que estou em trabalho de parto. Dessa vez tá diferente." E eu levantava, deitava, levantava, deitava...as contrações não me deixavam raciocinar, eu estava muito empolgada, ansiosa...fiquei eufórica. Não acreditava que tinha chegado a hora. Fiquei com medo e vergonha de chamar a Aline e a Natalia e ser outro alarme falso. Mas bem que dizem... "quando for a hora vc vai saber!"


Mandei msg pras duas no whats, e elas responderam na hora. Fui contando as contrações e elas vinham tantas que não restavam mais dúvidas. Quando foram 4:00 pedi pra Aline vir e a Natalia disse que ia se arrumar pra vir também. Umas 5:00 a Aline chegou e a Natalia chegou logo após. Lá estavamos nós a luz de velas e lanternas rs. Um frio...e eu cheia de calor!
Daí Leandro não sabia se ia trabalhar ou não... a Natalia fez o toque e eu estava só com 3cm as 6:00 da manhã, e daí ele foi e eu ligaria pra ele. E assim fui ganhando massagem, andando, rebolando, fazendo compressa, usando florais, bola, conversando...tomamos café... quando eram umas 8:00 chegou a Ale, que ia fotografar o parto. As 9 e pouquinho Leo acordou e ficou conosco, um pouco após minha irmã veio pra distrair ele. As 10:00 a luz voltou e eu fui um pouco pro chuveiro. As dores começaram a vir mais perto uma da outra e mais intensas... e aí eu já chorava em algumas rs. Mas estava firme e forte! Desistir não passou pela minha cabeça um segundo sequer! O apoio das meninas foi essencial! Senão eu não teria conseguido. Eu achava que doula era desnecessário... de forma alguma. Elas são parte da minha conquista, por eu ter conseguido. Obrigada meninas!
Então num novo toque eu estava com 5cm. Saiu bastante tampão e com muito sangue. Aquilo me animou e também me deixou apreensiva. "Meu Deus e se ela nasce aqui" kkkk. Eu até queria isso...mas tinha um pouco de medo de que algo acontecesse e eu me sentisse culpada. Então a Natalia disse que se eu quisesse ir pro hospital nós iríamos, que eu decidia quando fosse a hora, até onde eu aguentasse. E eu decidi ir, pois chegando lá teria que fazer ficha, passar em consulta, essa burocracia toda.

Minha irmã e meu pai levaram Leo e fomos eu e Aline atrás e a Natalia dirigindo. Eu ganhando massagem rs. Nossa, que massagem! Aliviava a dor absurdamente! Atrás seguia a Alê com as malas rs. Nisso eu já tinha ligado pro Leandro na fábrica e ele estava indo pra lá. Chegamos lá e Leandro foi fazendo minha ficha, eu entrei pra passar em consulta com a Aline, e a Natalia e a Ale ficaram esperando lá fora, se poderiam liberar a entrada delas. Fui recebida pela obstetriz do São Francisco, a Beatriz. Passei em consulta, estava com 7cm, fiz o cardiotoco, tudo ok, e eu já estava sentindo os puxos, a pressão. Aceitei tomar glicose na veia pois estava muito fraca, não tinha comido há um tempinho, pois as contrações estavam me dando enjôo se visse comida.

Beatriz fez outro toque e Carol já estava ali!!!! Lembro dela falando "ela tá aqui ó" que emoção!!!! Fui pro chuveiro,Leandro ficou ali comigo, e os puxos foram ficando mais e mais fortes...era incontrolável!!! Um momento muito engraçado foi quando olhei pra porta e tinha uma galera kkkkkk, acho que até a moça da recepção estava lá, me fazendo jóia, tipo "vai com tudo" rs... ela sorria e fazia jóia com o dedo rs, eu achei mto engraçado e tudo isso só me empolgava mais! Há quem se incomode, eu não tava nem aí, todo apoio era muito bem vindo! Beatriz arrumou a banqueta, e lá fui eu. Nesse momento eu já estava meio fora de mim, não sei se é isso que chamam de Partolândia kkk mas era uma sensação muito doida! A dor era grande, mas ao mesmo tempo não era nada!

E Carol vinha...e vinha... e eu já não era mais eu mas ainda era ao mesmo tempo, foi inexplicável, eu queria gritar e gritei (não muito rs), e dei uma descontrolada acho, tentei levantar rs... com ela já "ali"...mas foi rápido... Leandro estava atrás de mim na poltrona me amparando, Natalia segurava minha mão direita, Aline segurava a esquerda, Ale tirava fotos, Beatriz estava ali na frente pra pegar a Carol... e nasceu a Carol. Uma pressão enorme, uma queimação, e ali estava ela!!! A bolsa estourou na última contração praticamente, quase que ela vem empelicada, tinha o cordão em volta do pescoço, Beatriz tirou e já me deu ela... tão quentinha, gostosa... que sensação única!!! Ela deu umas tossidinhas e gritou, abriu os olhos...linda! Que sensação, que sentimento inexplicável!
Tive laceração, os pontos já foram absorvidos, não doeram. Me sinto realizada, vitoriosa, corajosa, vencedora. Carol veio ao mundo de forma natural, sem intervenções, mamãe se sente orgulhosa por ter aguentado a dor, feliz por ter tido todo o apoio do papai, por ter conseguido ter a compania das profissionais, pela Carol ter vindo cheia de saúde!!! Nasceu as 17:38, com 2,995kg, 46 cm e 39 semanas e 6 dias.
Dei muita sorte de ter companhias maravilhosas e que me apoiaram. De ter o marido me apoiando e ao meu lado td o tempo. De ter uma obstetriz maravilhosa que cuidou da gente. Uma doula sensacional que foi mais que minha melhor amiga. De encontrar la uma obstetriz que respeitou minhas vontades. Pessoas que junto comigo tornaram meu sonho realidade. Obrigada tb a Ale que registrou esse momento!
Aline falava a cada dor: "mentaliza seu colo se abrindo, a Carol ta chegando, essa contração é menos uma, a Carol ta vindo!"
Mulheres, acreditem em vocês! Não se deixem enganar. Se informem. Façam com que suas escolhas sejam respeitadas. Estou muito feliz, eu precisava viver isso, e eu viveria tudo de novo, pois é uma sensação maravilhosa! Foram 16hs de trabalho de parto, onde conheci mais a mim mesma e à uma força que eu cheguei a achar que não teria, mas mesmo assim eu dizia "eu vou aguentar, eu vou conseguir!". E eu consegui!!!

VBAC Hospitalar (Parto Nornal Após Cesárea) - Nascimento da Carol 09/09/15



No dia 09/09/15 nasceu a Caroline, de um lindo e muito desejado parto normal após uma cesariana (VBAC).
Na terça-feira dia 08/09, a Vanessa teve pródromos bem fortes, sinal que o trabalho de parto estava para começar logo logo. Na quarta-feira 09/09 recebi uma mensagem às 4h20 da manhã com ela me avisando que estava com contrações fortes e ritmadas há quase 2 horas. Então às 5h30 cheguei na casa dela e realmente não tinha dúvidas, a fase latente já tinha começado. A obstetriz chegou, avaliou a bebê (que estava ótima), fez um toque, 3cm de dilatação.
A Vanessa ficou na bola, caminhou um pouco e resolveu preparar ela mesma o café da manhã, porque dessa maneira, conforme ela, era mais fácil de lidar com as dores. Tomamos café da manhã e, depois de comer, as contrações se intensificaram um pouco mais, as massagens também já se faziam mais necessárias, assim como as mudanças de posição. A fotógrafa também chegou.
Nesse tempo o Leo, filho mais velho, acordou, brincou, fez carinho na barriga e depois foi pra casa dos avós. A Vanessa já estava com as contrações bem doloridas, a energia voltou (sim, a energia elétrica tinha acabado na noite anterior e voltou só no meio da manhã) e ela foi para o chuveiro. Ficamos lá por 1h mais ou menos, contrações cada vez mais fortes e as vocalizações já eram necessárias para aliviar a dor.
Saiu do chuveiro, comeu uma maçã verde e às 12h45 5cm de dilatação, bebê bem baixinha já. Um cochilo aqui e outro ali, entre uma contração e outra, bolsa de sementes com lavanda quentinha pra ajudar e mais massagem. Às 15h foi decidido ir para o hospital.
Chegamos lá mais ou menos 40 minutos depois e a Vanessa estava com 6cm. O marido dela chegou, foi fazer a internação e assim podemos entrar no Centro de Parto Normal. Precisou fazer o carditoco e no finalzinho dele, lá pelas 17h15, os puxos já começaram, a Vanessa conseguiu ir para o chuveiro e ficou lá por uns 10 minutos, sendo acompanhada pelo marido e continuando a fazer força quando vinham os puxos involuntários.
Precisou sair do chuveiro porque a bebê já estava bem perto de nascer e foi para a baqueta de parto no quarto, ficou apoiada em seu marido, mais umas 4 ou 5 contrações e a Carol nasceu, com uma circular de cordão e quase nasce empelicada, a bolsa estou sozinha na última contração. Foi para o colo da mãe imediatamente, deu um choro forte e logo se acalmou, quentinha, pele a pele e reconhecendo seus pais.
A Carol nasceu às 17h38, pesando 2990kg e medindo 46cm, cabeludinha. A Vanessa foi para a cama esperar a placenta nascer e suturar a laceração que teve. Assim que os procedimentos terminaram a Carol foi para o peito, com uma pega perfeita que acertou de primeira, mamou os dois peitos e dormiu por mais de uma hora. 
Ainda ocitocinada escrevo esse relato, imensamente agradecida por poder participar e presenciar mais um bebê nascer, presenciar um VBAC, presenciar mais uma mulher/mãe renascer e mais uma família crescer com tanto amor.

Obrigada Vanessa, Carol, Leo e Leandro!  


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A busca pelo pediatra perfeito


Na hora de escolher o pediatra é preciso verificar alguns pré requisitos. Como sempre, precisamos estar informados e atentos na hora de escolher o profissional que vai nos ajudar com relação a saúde dos nossos filhos. Não basta ter um diploma e uma voz doce e simpatia, é preciso muito mais.

Para mim, o principal ponto a ser analisado na hora da escolha desse profissional é se o que você defende e acredita será, pelo menos, respeitado por ele. Exemplo clássico: se você acredita no aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida do bebê (o que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde), você tem que achar um profissional que não irá te prescrever fórmula no primeiro mês que seu filho não ganhe peso suficiente na visão dele, nesse caso vocês deverão tentar achar juntos uma outra solução, seja arrumando a pega do bebê no peito, verificar como está sendo feita a livre demanda, etc, e não simplesmente ele prescrever e você ser "obrigada" a aceitar. Digo "obrigada" porque às vezes parece que nós esquecemos que temos um instinto materno/animal muito forte, e acabamos cedendo a pressões externas, sendo que lá no fundo nós SABEMOS o que é certo ou errado para NOSSO filho.

Esse foi só um pequeno exemplo, poderia citar também posição de ambos com relação a vacinação, curva de crescimento, peso, medicalização, sono, uso de mamadeira e chupeta, e até criação, coisa que tem muito pediatra fazendo por aí. Tudo isso deve ser conversado, verificado os pós e contras, colocado na balança, e não somente ser imposto porque é de praxe, afinal cada bebê é único.

Tem também a questão do atendimento de "socorro", aquele profissional que passa o número do celular, e-mail ou algum outro contato que não seja o do consultório. Eu particularmente me sinto muito mais segura se puder entrar em contato com o médico que já conhece a Sofia e sabe do histórico dela quando aparece alguma coisa diferente, ao invés de sair correndo para o Pronto Socorro e expor a minha filha a outros fatores contaminantes e a médicos que não sabem como é a saúde dela e acabam medicando ou dando diagnósticos que, na maioria das vezes, poderiam ser tratados de maneira menos invasiva e até mais natural. Sabemos como está a situação atual dos hospitais, seja público ou particular, então é melhor não arriscar por um simples resfriado ou febre (coisas comuns na infância). Insisto que nesse momento vale ouvir o instinto e se conectar realmente com a criança para entender o que está acontecendo, algumas vezes surgem sintomas físicos, mas o problema é emocional, então temos ficar sempre atentos.

Então, se você conseguiu achar aquele pediatra que é atencioso com você e com a criança, te passa confiança, e te apoia em suas convicções, agarre ele(a), porque digo por experiência própria e de muitas amigas mães, tá difícil! O pediatra perfeito não existe, mas ele pode ser muito bom se escolhermos bem.

Beijocas,

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Massagem na gestação, parto e pós parto


No corpo feminino ocorrem muitas transformações, mas no período da maternidade essas mudanças são mais intensas e não só as mudanças físicas, mas também as emocionais. A harmonização do corpo e mente é fundamental para uma boa experiência dessa fase e nada melhor que uma massagem para ajudar.

Como doula, procuro sempre me atualizar e fazer cursos que possam complementar meu trabalho, dessa maneira, consigo proporcionar o bem estar de mais mulheres. Então fiz um curso de massagem onde é utilizada as técnicas de Thai Massagem e que vem trazendo resultados muito positivos.

Confira alguns benefícios da Thai Massagem:

Na gestação
Trabalha a musculatura, as articulações, a pele, diminui o inchaço e minimiza os desconfortos normais dessa fase. Também promove o vínculo da mãe com o bebê e dá suporte emocional e acolhedor, visto que é uma fase de muitos sentimentos, dúvidas e medos. Ela é feita em uma posição confortável e própria para esse período, com toque suave e sem movimentos rápidos.

No parto

Atua como um método não farmacológico para alívio para dores das contrações, promovendo também acolhimento e relaxamento. Ela pode ser feita da cabeça aos pés, mas é geralmente nas costas (região lombar) que o efeito positivo é mais observado. 

No pós parto 

Feita com o bebê junto a mãe, no colo, deitado ao lado ou mesmo mamando, aumentando a conexão e o vínculo. Ela melhora o sono, relaxa e alivia os desconfortos musculares. É uma massagem mais vigorosa, pois a solicitação da mãe é intensa nesse período e ela fica em um estado de alerta frequente.

Para a técnica é utilizado também a aromaterapia, que é uma grande aliada na promoção do relaxamento e acolhimento que buscamos durante as sessões. 

Ficou interessada? Marque uma sessão através do e-mail acolhimentomaterno@gmail.com ou pelo telefone 11 99649-4945 (whatsapp), falar com Aline.
Atendimento em Caçapava e região do Vale do Paraíba/SP.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Relato de Parto Domiciliar - Nascimento da Heloísa 28/01/2015, por Aline Shirazi

Acordei ao som de carpinagem na rua, o silêncio da casa também incomodava.
Levanto para ir ao banheiro, dormi bem aquela noite, como não fazia muito tempo.
Ouço 9 badaladas da igreja, me assusto - minha mãe que acorda super cedo, ainda não tinha acordado.
Vou para a cozinha fazer pão e tomar um Yakult, minha mãe chega e conversamos alguns minutos antes da Laura acordar e me chamar.
Vou até ela, dou de mamar, saímos da cama, levo ela para fazer xixi, chego na sala e...

Aííííííí! uma contração a princípio de treinamento me pega desprevenida pela sua intensidade.
Desacreditando, continuo a viver...não por muito tempo, logo vem outro e mais um pouco outra em um intervalo super desregulado, mas já bem fortes.

Aviso primeiro a Laura - neném vem hoje!
O que faz com que ela se alegre toda e queira encher a piscina de qualquer jeito.
Minha mãe ouve e começa a fazer as coisas pela casa (varrer e limpar, rs).

Mando mensagem para o Vinicius dizendo que "pode ser" que seja a hora, para ele esperar mais alguns minutos. Mando mensagem para as parteiras e mais uma para a doula.
E aí começo a ligar para cada um dizendo "pode ser que sim, venham, mas se não for, me desculpem".

Mariane é a primeira a chegar, ela era minha parteira back-up que se encaixou bonito entre a gente. Conversamos um pouco, ela auscultou o coração e tudo ok. Inicia-se o trabalho de parto irregular umas 10 horas da manhã.

Marido é o segundo a chegar, enche a banheira, coloca água e vai finalizando as partes práticas, enquanto ainda suporto com bastante linear a dor que me vem desregulada. Tento durante todo o TP terminar o pão que fiz no café da manhã naquela manhã sem qualquer intenção.

Minha mãe sobe na rua e na volta chega Bianca - minha parteira.

Laura esta muito agitada, não para de falar, correr, esta realmente feliz, mas acaba se tornando uma enfermeira de hospital ("mãe saí do banho") então - como acho que vai demorar horas a fio - peço para minha mãe leva-la para tomar um sorvete (e se acalmar um pouco, rs), logo depois - para mim - chega minha doulaamiga Aline e o Demis, que ia ser meu fotógrafo no dia.

Eles ajudam na dinâmica da casa, pegam roupas para o bebê, material para o parto e etc. (acho que foi isso, não reparei bem, rs), Laura chega logo depois e fica em êxtase, entra na piscina, no chuveiro, brinca com a bola, canta sem parar músicas de roda, inventadas e mais outras e outras.

Durante as contrações as vezes ela me abraça, passa a mão na barriga, fala  "vai passar, vai passar" ou "calma, calma". No momento já me abraçava com o Vini, por vezes conversávamos sobre quando nos conhecemos ou quando viemos ver aquela casa pela primeira vez, eu entrando e dizendo:

   - nossa Vini! essa sala é perfeita para parir em casa!

Ele cantava no meu ouvido algumas músicas em italiano. dançávamos por vezes. E muitas dessas danças eram conduzidas pela voz da minha filha atrás. Foi muito gostoso.
Aline por vezes vinha e apertava minhas costas e me dava suporte durante as contrações. Foi realmente uma equipe incrível.



Era engraçado, porque entre as contrações eu jurava que não poderia estar em trabalho de parto, conversava sobre qualquer coisa, tentava comer um pão, ficava muito bem mesmo. Aí vinha uma contração, eu mordia uma toalha e o ciclo recomeçava: "ótima, com contração, ótima de novo".


Também foi tudo ao contrário do que eu "planejava" ou "queria", no planejamento eu pedia silêncio, na hora eu queria farra mesmo, que o povo conversasse, a panela de pressão funcionando, música e "festa" rs. Quando fez silêncio eu mandei todo mundo conversar, o silêncio realmente me incomodava. O dia tava lindo e eu dizia "é hoje! você acredita?"pois eu não acreditava - e posso dizer que mesmo muitas horas depois de nascer eu ainda não acreditava.


As 14:30 eu quis ir para o banheiro, tentar fazer um cocô ou descansar, sei lá. Sentei na privada com o Vini e nada. Nada. só as contrações.
Bianca veio auscultar o coração e ela estava entrando no canal, por vezes me toquei para sentir a cabeça e realmente ela estava lá, descendo. (mole, mole, como eu não imaginava).

---------------Pausa --------------

Uma coisa que foi bem diferente nesse parto de qualquer sensação que vivi foi o Quanto intensamente senti o meu corpo e o da neném. Senti cada transformação, os quadris afastando, ela descendo, a cabeça entrando no canal de parto. Foi incrível ter uma sensibildiade tão grande de nós mesmos.

-------------Voltando -------------

Então Ela falou que já estava acabando, na verdade eu pensei "já?????" e logo depois um "dúvido, essa porra acabou de começar".

Entrei no chuveiro para tentar aliviar as contrações, aliviou e entrei na fase do desespero. Mas não sei se entrei descaradamente - porque sabia que ela antecedia o expulsivo - ou entrei porque era para entrar. Dei uns urros de dor, de raiva, mas logo desisti de brigar contra e fiquei pacientemente esperando cada uma das contrações virem e eu pensava (como pediu a Aline), menos uma. Menos uma. é só uma onda - e logo depois "onda o caralho". rs. Mas resolvi parar de lutar e pouco depois, inaugurando minha fase do expulsivo, 15:05 estoura minha bolsa - quase acerto a Aline com o tiro, rs - e as faço força em todas as contrações (ainda irregulares) que me vêem, nem sei dizer se essas forças são voluntárias, mas lembro da minha barriga claramente empurrando a minha filha para baixo e eu sentindo ela descer e descer (sentir mesmo!), foram 13 minutos até nascer a cabeça da Lolô e mais 1 minuto todo o corpinho, embaixo do chuveiro, as 15:18. Mas eu me lembro como se fosse câmera lenta, a cabeça dela saindo, a sensação - não tão desagradável- do "círculo de fogo" e a orelha dela inteirinha para fora por umas mil horas, nesse momento eu peço:  "cadê a outra contração caralho?", pelo que falam foi segundos entre uma e outra, como estava em uma posição tipo "aracnídeo" rs, ela foi amparada no chão pela Bianca (só para caso tivesse cordão no pescoço ou algo mais complicado), mas assim que terminou de nascer eu peguei ela para mim.
Que sensação incrível pegar sua filha no colo assim que nasce, que sensação incrível ser a primeira a pegar no colo, que incrível ter colocado uma filha ao mundo, "fácil", sem intervenção nenhuma, sem ninguém falando o que eu tinha que fazer, sentindo tudo, cada pedacinho. Como foi incrível e estava sendo incrível!

E só agora, só depois que a Helô nasce (e ela nasce super "limpinha") que escorre a primeira gota de sangue de todo o trabalho de parto.

Aí iniciei a choradeira - choradeira mesmo. Pego minha filha e falo: "é uma menina!" antes mesmo de olhar, aí lembro que preciso olhar, rs, tiro o cordão do meio das pernas e repito: "É uma menina!", abraço ela, olho para o céu, agradeço a Deus, peço desculpas a ela, digo o quanto ela é linda, abraço abraço abraço, choro e choro e choro.



Ela nasce roxona - como todos os bebês do mundo - e sem chorar, só vendo o mundo um pouco, para logo depois voltar a dormir, enquanto o cordão pulsa e a enche de cor. Ninguém toca nela, nem faz exames, nem pega e nem manipula. Ela acabou de nascer, ela é só minha e eu sou só dela.
Ficamos lá, eu e ela (E rodeada da equipe, rs) nos conhecendo, esperando a placenta nascer. Mas ela não tá afim de nascer tão cedo, rs... dou um pouco para o vini segurar no chuveiro e  então vamos para o sofá (eu andando com a Lolô no colo) ainda coladas uma na outra pelo cordão umbilical, que já parou de pulsar faz um tempo.


Nessa hora Laura estava dormindo(!!), ela acordou chatinha e chorando, mas ao se "recuperar" do sono conheceu a Lolô e ficou falando "ownnn nenémzinho" e passando a mão na cabeça, e também não curtiu nada nada o cordão umbilical, rs...mas esperei ainda um bom tempo (mais de hora) para então cortar o cordão - logo que a placenta ainda não tinha descolado - minha mãe que cortou <3 e então ela foi para o colo do Vini, enquanto eu ia ao banheiro tentar parir a placenta, rs, que nasceu duas horas e pouco depois.


No colo do Vini enquanto eu "paria" uma placenta, rs -( e me diz se ele não é o homem mais lindo do mundo?)



Depois, quase vida normal, começaram algumas cólicas, uma dor na perna, fiquei deitada um tempão lá peladona no sofá de boa com a Lolô, Laura brincava pela casa - ainda super agitada - e só depois de um mega tempo que eu me dou conta que esta cheio de gente em casa e que preciso ao menos colocar uma blusa, rs.

Laura pede para pegar a Helô umas 18:30 (chutando) e a gente até tira algumas fotos, rs. Morri de amor e de felicidade por ela ter pedido.

Heloísa só foi ser examinada (pesos e medidas) depois de das 19 horas, de um jeitinho super carinhoso. Pesando então 3,200 kg e não medindo (não é necessário).

Eu fui examinada logo depois, constatando zero lacerações. Períneo integro. Felicidade a vista! rs.

Parto perfeito. A única preocupação foi segundos quando a placenta "nasceu" e o útero não contraiu (pelo que eu saiba, foi só isso).

Terminei o dia em êxtase, ocitocinada, felicíssima e indo dormir na minha cama, com meu marido e meus filhos. Comendo na minha mesa e no meu prato. Nem saí de casa aquele dia. Foi mágico e esta sendo mágico.

E essa foi a minha equipe.

Demis, meu fotógrafo que eu nem vi (e isso é ótimo, rs), Aline, minha doulaamiga amada, Laura, minha filha doulinha, eu (protagonista no início da novela), Helô (protagonista no fim da novela, rs), El Maridón, Vinícius, minhas obstetrizes lindas Bianca e Mariane e Mamma Mia que ficou nos bastidores dando conta de tudo.


Thank´s por terem participado da melhor experiência da minha vida. E espero que todas as mulheres que QUEIRAM possam participar de uma experiência como essa.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Educar sem palmada


Eu queria muito saber em que fundamento consiste a frase "melhor apanhar dos pais em casa do que da polícia na rua" ?!?!?!?! Pra mim não faz sentido nenhum essa afirmação. Mesmo sem estudar o mínimo sobre criação, essa frase nunca se encaixou nos meus pensamentos sobre como educar minha filha. E depois de algum tempo lendo e aprendendo, dar palmada ou mesmo agredi-la verbalmente está fora de cogitação para mim.

Em um estudo canadense de Durrant e Ensom*, li o seguinte " a punição física durante a infância está associada a problemas de comportamento na vida adulta, incluindo depressão, tristeza, ansiedade, sentimentos de melancolia, uso de drogas e álcool, e desajuste psicológico geral", isso sim faz o maior sentido para mim.

Veja bem, não estou dizendo que é fácil a mudança do padrão de educar, pois culturalmente estamos acostumados a levantar a mão e a voz a uma criança. Ouvimos diariamente na rua pais xingando seus filhos ou batendo neles porque estão fazendo escândalo no supermercado por exemplo. Mas se você observar melhor, no fundo, a criança está frustrada com alguma situação, e a "birra" é o jeito que ela conhece de tentar fazer ouvir seus desejos (naquele momento ela pode estar com sono, fome, entediada, cansada...). O que colocamos pra fora, em forma de violência, é a nossa frustração em não saber lidar com a situação, seja porque estamos estressados no dia a dia, seja porque fomos educados assim, seja porque não conseguimos ou não sabemos conversar com nossos filhos ou, acredito mais nessa hipótese, não sabemos como lidar com os nosso filhos desde recém nascido.

A mudança no padrão de comportamento do adulto com relação a violência infantil, tem que ser um trabalho de formiguinha, ser construído aos poucos, pois é realmente muito difícil. Eu comecei a minha mudança à partir do momento que engravidei, apesar de nunca ter concordado com castigos físicos e psicológicos. Me policio 24hs por dia, 7 dias por semana, para não fazer uso da minha frustração ou estresse para educar a minha filha, e com isso vou ganhando experiência e trabalhando minha paciência, ganhando a confiança da minha filha e dando exemplo positivo, porque novamente, não é fácil, mas é totalmente possível educar sem palmada!

*Durrant J, Ensom R. Physical punishment of children: lessons from 20 years of research. CMAJ 2012;184:1373–6.

Leia mais em:
http://www.cientistaqueviroumae.com.br/blog/textos/educacao-sem-violencia-porque-bater-nao-e-educar

Beijocas,