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terça-feira, 16 de junho de 2015
O difícil começo da amamentação
Algumas mães se preparam para o parto, preparam o enxoval, o quartinho do bebê e a casa para receber a nova vida que está por vir. Pessoas ao seu redor dizem como será os primeiros dias com o bebê, como vai ser maravilhoso ser mãe e a alegria que essa nova vida vai trazer para o seu lar. Mas alguém já te contou que a amamentação pode ser difícil no começo? Que você tem que se preparar psicologicamente e que tem muita informação para absorver antes de amamentar? Que pode não ser tão fácil quanto parece, mas que com ajuda e apoio você vai conseguir?
Vou dividir meu relato sobre a amamentação nos primeiros momentos de vida da Sofia. Um relato que contém um misto de sentimentos, dor e satisfação:
Quando eu estava gestando, uma amiga muito querida (Evelyn), me indicou um grupo virtual sobre amamentação da AMS Brasil, o Aleitamento Materno Solidário. Nele, eu acompanhei alguns posts, li as recomendações dos órgãos competentes da área, e ia me empoderando. Enquanto isso, por outro lado, nenhum médico do pré natal tocou nesse assunto. Pois bem, Sofia estava pra nascer e eu tinha uma curiosidade e uma expectativa imensa de saber como que era amamentar, física e emocionalmente.
Sofia nasceu e eu confirmei minhas expectativas, foi sublime! Senti uma vontade de nunca mais sair dali, de ficar sentindo seu cheiro doce e seu corpo quentinho em contato com a minha pele. Senti a força da sucção dela nutrindo-se do meu corpo. Queria ter congelado aquele momento para sempre! Passei a noite e o dia amamentando, na hora que ela queria, pelo tempo que ela quisesse. Estava realizada e feliz por ter sido tudo do jeito que eu imaginei. Fomos para casa, e no segundo dia meu leite desceu (até então ela estava se alimentando do colostro). Aí o negócio começou a desandar.
No terceiro dia de nascida, a Sofia mamava loucamente, como qualquer recém nascido, e meus peitos estavam literalmente explodindo de tanto leite. A cada mamada meu peito jorrava leite, eu trocava de roupa várias vezes por dia e vinha amamentando em livre demanda. Foi então que comecei a sentir algumas pontadas no bico do peito, que são planos e como os peitos estavam muito cheios, quase não dava pra ver a diferença entre o peito e o bico. Eu achei estranho, mas pensei que era normal, afinal eu já tinha ouvido falar que poderia doer um pouco no começo. Mas a dor foi só piorando.
No quarto dia, eu já tinha várias fissuras no bico, meu peito estava duro e estava sangrando horrores. Achava que a pega estava certa, mas sabia que tinha algo errado, eu segurava em algo pra amamentar e por muitas vezes chorei com a minha filha no meu colo, uma vez até meu marido segurou ela pra mim enquanto amamentava, porque eu não tinha mais forças. No quinto dia, um pedacinho do bico saiu, de tão machucado que estava, isso pra mim foi o fim. Nesse estágio eu já tinha pensado em usar bico de silicone (mas sabia que não era correto), tentei usar a tal pomada salvadora, e nada. Só nunca pensei em dar outro leite pra Sofia, porque eu sabia que mesmo ela mamando com sangue, o meu leite era melhor. Mas daquele jeito não podia ficar.
No sexto dia, aconselhada pelas mães do grupo virtual, procurei o Banco de Leite da minha cidade. A enfermeira que me atendeu foi um anjo, me ajudou com a pega, mudou a posição que eu vinha amamentando a Sofia e, por incrível que pareça, eu não senti nenhuma dor, amamentei com os dois peitos e ficamos satisfeitas. Porém, estava com início de mastite e como estava muito machucado, a enfermeira marcou uma consulta com a pediatra responsável do Bando de Leite.
No sétimo dia, no primeiro horário, estava lá eu, a Sofia e minha mãe no consultório do BL. A médica passou um remédio para a mastite e me mostrou outras posições que eu poderia amamentar e que não machucariam mais. Ufa! Foi como tirar com a mão a dor que eu estava sentindo. Aquelas posições, que pra mim foram inusitadas, me salvaram. As dicas simples, como ficar com o peito de fora, passar o próprio leite materno e descartar a pomada, ajudaram a cicatrizar as feridas. E, finalmente, depois de 15 dias, pude amamentar a Sofia com a satisfação e o prazer que eu tanto esperava.
Com 1 mês, já não tinha mais nada! Comecei a doar leite e me realizei mais uma vez. Pude retribuir a ajuda que tanto me deram no Banco de Leite e ao mesmo tempo, ajudar outros bebês que não puderam se alimentar do leite de suas mães.
Tive muita ajuda do meu marido e da minha mãe com as coisas da casa e comida.. Eles sempre me apoiaram na decisão de não dar nenhum outro alimento para minha filha, e, principalmente, estavam lá pra secar minhas lágrimas e buscar um copo d´água quando eu precisava.
Desde o primeiro dia de vida até completar exatos 6 meses, a Sofia tomou somente leite materno e na hora que ela solicitava. Pude, apesar de tudo que passamos no começo, nutrir a minha filha somente com o alimento que meu corpo produzia. Depois dos 6 meses ela experimentou outros sabores e texturas. Continua com o leite da mamãe, hoje com 22 meses, e vai continuar até quando as duas quiserem.
Leite materno: saúde, amor em forma líquida, laço indestrutível e cumplicidade.
Beijocas,
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