Um pequeno relato feito por mim, para mim e para outras mães nesse período tão difícil e mágico ao mesmo tempo.
Por um bom tempo eu comi e cozinhei com uma mão só, porque a outra segurava a Sofia no colo ou ela estava mamando (isso quando não estava no sling), dormi sentada com ela em cima do meu peito (um perigo, mas eu desmaiava de cansaço), fiquei noites e mais noites até a 1h, 2h e até às 3h da manhã acordada, revezando com o marido, andando pela casa com a Sofia no colo, porque ela não queria dormir, e passei dias sentada pulando na bola de pilates com ela no colo para tentar fazê-la dormir. Fui inúmeras vezes no banheiro fazer o número 1 ou 2 com ela no colo ou sentada no bebê conforto/carrinho na minha frente (mesmo dormindo) e tomei banho com ela assim também. Passei uma boa parte das sonecas dela sem fazer nada, com ela no aconchego do meu peito, com a casa toda pra baixo, porque se colocasse ela no carrinho ou berço ela esgoelava. Eu passava o dia todo de pijama, descabelada, sem escovar os dentes, algumas vezes com fome, e se o marido não chegasse cedo, tinha dias que tomava um banho de gato e olha lá (credo né!? mas é verdade).
Em compensação, sinto uma falta do cheirinho doce de recém-nascida e do leite azedo que vazava pela casa toda, do calor do seu corpinho que cabia em apenas um braço, de poder andar com ela no colo por horas, pra lá e pra cá. De fazê-la dormir e poder ficar quentinha com ela, ou simplesmente ficar admirando seu olhar curioso pela sala, seu sorriso banguela e os sons e grunhidos de bebê pequenininho. De colocá-la no sling e sair pra passear, fazer mercado ou feira com ela quentinha e protegida no meu colo, pegar o solzinho da manhã ou do final da tarde tendo altas conversas sem assunto nenhum. Das brincadeiras que consistiam em fazer caretas e barulhos com a boca, chacoalhar um brinquedo ou dançar na frente dela para ouvir altas gargalhadas. Da amamentação exclusiva, esse momento era só nosso, de dia, de noite, nos finais de semana e feriado, não tinha pra ninguém, éramos só nós duas, aquela troca de olhares e sentimentos que só são conquistados durante a amamentação. Quanta cumplicidade! Do peito jorrando leite a qualquer hora do dia e das trocas infinitas de roupa e lençol porque vazada , o amor líquido que transbordava. De como ela dependia de mim e eu dela.
Não quero dizer que essa fase que estamos não seja maravilhosa também, mas queria dizer que o que parece estar ruim com seu recém nascido, um dia você terá muita saudade! Que você vai se lembrar com muito carinho e nostalgia das coisas boas, e que o que foi difícil, vai custar pra conseguir enumerar.
Aproveite a maternidade sempre, ela é um lindo aprendizado!
Beijocas,
